Porque Viajar Sozinha

Não encontrei alguém que tivesse férias na mesma época, que quisesse ir para o mesmo lugar. Conclusão:  fiz a viagem sozinha. E posso dizer: foi libertador!

Como Viajar Sozinha no Chile

Fev 2013 - Anfeteatro no Atacama

Depois de anos sem férias, escolhi o meu destino em uma promoção de Black Friday da TAM. Comprei as passagens e depois fui ler sobre o destino: Chile. 

Em novembro, minha madrinha me falou que a LaTam estava fazendo com promoções com preços muito baixos e devia viajar. Na mesma semana, minha chefe me informou, “- Você tem férias já vencidas, e outra vence em Fevereiro. Você vai entrar de férias em Fevereiro e tá resolvido."

Sai da reunião, enviei mensagens para vários amigos em busca de companhia. Até uma amiga falou “-Compra logo sua passagem no site da Tam, porque o preço está bom e pode acabar.” Comprei a passagem para o Chile porque era a mais barata. Mas, ninguém podia ir comigo, todo mundo já tinha resolvido as viagens do Carnaval, afinal, era fevereiro!

Planejando a Viagem

Depois de comprar a passagem, comecei o estudo sobre o Chile, um preparo diário, não só sobre o destino, as atraçoes do Chile, como também como viajar sozinha. Pesquisei sites, livros… e sai do Brasil com quase tudo reservado: conexões de voo, transportes, hospedagem e alguns passeios. E claro, amigos ajudaram com dicas e sugestões. Com uma semana de antecedência, troquei o dinheiro e fiz o seguro viagem - é super importante ter um Seguro Viagem! Tudo isso, me fez mergulhar em uma expectativa que na verdade não chegou aos pés da emoção de viajar sozinha para o deserto. Defini o momento do embarque como "Borboletas no estômago".

Meus pais e amigos apoiaram a viagem. Não tive nenhum medo, pelo contrário! Quando você viaja sozinha, pode fazer o que quiser, quando quiser e como quiser.


Para decidir a hospedagem e o transporte (do aeroporto até o hostel), tive indicações de pessoas que já haviam viajado para Santiago e Atacama, além de ler o feedback online no site Booking, e no aplicativo (antigo) Forsquare. A localização, o depoimento das pessoas foram muito importantes para a escolha. Tudo planejado e resolvido, foi a hora de embarcar!

A Viagem

Voei do Rio de Janeiro para Santiago em um voo direto. No aeroporto, quando estava despachando a mala (nessa época eu não viajava prática), o atendente falou que não estava localizando meu nome (!) na reserva. O medo, a insegurança, cairam sobre mim como um sinal para não ir, mas como havia chegado cedo ao aeroporto, tinha a confirmação por e-mail impresso (ainda não usava o aplicativo), tudo foi resolvido e embarquei.

Ainda no Aeroporto fui tomada por um sentimento de insegurança, apesar de fazer listas, eu tinha esquecido de colocar crédito no Skype para falar com as pessoas. Até que relaxei e me dei conta que muitas pessoas viajam sem telefone. Naquele exato momento, deixei de lado “o ter que” para o “deixa fluir”. Tudo o que realmente precisava fazer tinha feito, agora era relaxar e aproveitar. E isso eu carrego até hoje, em vários aspectos da minha vida.

Para as fotos, usei o timmer da máquina ou o famoso selfie.

Em Santiago, após passar na imigração esperei 2 horas para o segundo voo, a conexão para o destino final de San Pedro do Atacama. Houve um atrazo nesse voo de mais 3 horas. Ou seja, era um caos! Mas, fiquei tranquila. Usei o Wifi do aeroporto para enviar o email para a companhia de transportes, era o que podia ser feito naquele momento. Sentei em frente ao portão de embarque, com o meu livro e esperei (sempre que viajo levo um livro).

Mesmo os contra tempos, foi muito leve, divertido e autoconhecedor. Na minha mala foram roupas, caderno de anotações, livro, maquina fotográfica. E trouxe de volta muito mais que isso. Trouxe comigo a experiência de poder ficar quieta, sem falar com ninguém. De fazr uma amizade no almoço ou passeio. Ouvir mais as pessoas. Me ouvir, pensar, escolher meu tempo para fazer o que quiser. Ou mesmo, não fazer nada.

As pessoas perguntaram se me senti sozinha, minha resposta junto com um sorriso é: "Não! É maravilhoso viajar solo!"

Atacama

Fiquei hospedada em Hostel, e foi uma das melhores escolhas. Diferente de hotel que as pessoas ficam mais reservadas, o Hostel oferece um ambiente dispojado, onde a troca faz parte da experiência. Há hostels com quartos priovados, só femininos, mistos, e no meu caso escolhi quartos femininos com mais pessoas, para conectar. Tenho contato com pessoas que conheci até hoje, 10 anos depois! O transfer no Atacama foi contratado do Brasil, o que foi indico, pois como tive atraso só cheguei às 23:30.

Para os passeios, sentava na frente com o motorista, com o privilégio de uma visão encantadora. Para as refeições, saia de um tour e conversando com algumas pessoas do grupo e já combinávamos um restaurante antes de voltar para o hostel, ou já tinha feito uma reserva. Houve dias que resolvi trocar o que estava planejado para me juntar aos novos amigos. Mas também teve dia, de querer jantar sozinha, fazer coisas comigo.

Santiago do Chile

Cheguei de Madrugada no meu segundo destino! Não me atentei com esse detalhe quando comprei a passagem do Atacama para Santiago. Quando acordei, a minha surpresa foi ver que estava em um quarto misto e não só de mulheres. Também não me atentei para esse detalhe, #manuzei. Quando cheguei à recepção para trocar de quarto, lá estava um rapaz do meu quarto, reclamando que cheguei tarde e fazendo barulho. Tudo verdade. Pedi desculpas, conversamos com o meu inglês muito básico, fizemos vários passeios juntos e somos amigos até hoje. Mas o Tony não foi a única pessoa que conheci ali e carreguei para a vida.

No café da manhã, conheci um grupo da Bahia. Ali mesmo trocamos contatos e fizemos o nosso roteiro juntos e passei a viagem com eles e Tony. Mas nem toda a viagem. Fui fazendo o que estava no meu roteiro, mas deixando espaço para novas oportunidades.

Aos poucos descobri que o maior compromisso que tinha durante a viagem era comigo mesmo, e isso não tem preço que pague, libertador.

Manu Muniz - Como Viajar Sozinha, Atacama, Chile.
Manu Muniz - Como Viajar Sozinha, Atacama, Chile.

Dicas e Sugestões para viajar sozinha

Se você pensa em viajar sozinha, ou já está planejando, só quero te dizer para continuar. Se você observar, vai notar a quantidade de mulheres que viajam sozinhas. O único risco que você corre é se querer sempre viajar sozinha. Abaixo seguem algumas dicas e sugestões para que você tenha sua primeira viagem solo:

Busque por informações, pesquise detalhes e leia feedbacks das empresas que você vai contratar. Você pode também fazer parte de grupos de viagens (o Favebook e Meet Up tem muitos).

Acredite, estar sozinha não significa estar em solidão. Pelo contrário, a partir do momento que você está sozinha você se permite conectar com uma parte sua que só pertence à você. É um momento para pensar, ajustar e ser fiel e generosa com você mesma. É fazer o que você quiser, o que der na telha!

Observe, fique atenta, divirta-se, com atenção, sem neurose. Você pode tomar seus drinks sim, sair para dançar em uma night (ou balada, dependendo de onde você mora). Mas respeite seus limites.

Apesar de viajar sozinha, você não ter com quem “dividir” a conta do hotel, ou restaurante, há formas de economizar. Como viajar fora da alta temporada, ou pegar promoções. Para passagens e hospedagens, eu recomendo sempre que compre direto com o provedor do serviço e não terceiros: primeiro porque você acumula pontos, segundo que se tiver algum cancelamento é mais fácil para resolver e terceiro, você participa de clubes de fidelidade e a milhas.

O fato de viajar sozinha não significa ficar em Hostel. Há hoteis, pousadas, Airbnb’s que oferecem diferentes experiências e valores. Procure o que vai se enquadrar melhor na sua realidade.

Aprendizado de viajar sozinha

No fim, aprendi que ter essa oportunidade de mergulhar nos meus pensamentos e observar de um novo ângulo o mundo, as pessoas, os lugares e a cultura diferente, fez parte de um crescimento e amadurecimento que é só meu.

Experimente, tente.
Pode ser antes de namorar, ou após o namoro. Pode ser antes do casamento e dos filhos ou mesmo um tempo para você sair da rotina de casa e se encontrar, se reorganizar. Nem que seja um fim de semana, um dia. Tenha essa experiência.

Manu Muniz

Oi! Aprendi a rever minha forma de consumo e viajar com a carryon! Aqui no blog, compartilho experiências e dicas de viagens, além de inspirar viajantes a montar uma mala prática e leve. Quando não estou viajando, recebo viajantes na Casa Delaware.

http://www.manunomundo.com
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